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Enfermagem Intercultural: UFMG lança guia de atenção pré-natal na terra Yanomami

Documento articula conhecimentos indígenas e práticas de saúde baseadas em evidências. Pesquisadora apoiada pelo convênio Cofen/Capes também desenvolveu, na UFAM, guia de Enfermagem Intercultural, voltado para o atendimento oncológico da população indígena Amazônica

23.07.2025

Guia normatiza o trabalho dos profissionais da saúde indígena com base na interculturalidade
(Imagem: Ehuana Yanomami)

O Projeto Redes de Cuidado na Terra Indígena Yanomami, coordenado pela professora Érica Dumont Pena, da Escola de Enfermagem da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), lançou o Temi Totihi – Guia de Atenção ao Pré-natal na Terra Indígena Yanomami (TIY). Construído de forma coletiva, o guia articula conhecimentos indígenas e práticas de saúde baseadas em evidências, fornecendo diretrizes de cuidado pré-natal que respeitam a cultura, os saberes tradicionais e os modos de vida das mulheres Yanomami e Ye’kwana.

 “O uso de imagens como narrativas sobre modos de viver e cuidar na TIY, a partir da inclusão dos desenhos de Ehuana Yanomami no guia, é um dos caminhos possíveis para a complementaridade dos conhecimentos. As imagens são formas de expressão do pensamento indígena e evocam um cuidado com uma rede de relações mais ampliada entre pessoas e seres que compõem a vida na floresta”, afirma antropóloga Maria Christina Barra, um das coordenadoras da iniciativa. O lançamento do guia fez parte da oficina de apresentações das Ações na Terra Indígena Yanomami, organizada pela Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), na Universidade Federal de Roraima (UFRR).

Lei 9.836/1999, conhecida como Lei Arouca, criou o Subsistema de Atenção à Saúde Indígena, um componente do Sistema Único de Saúde (SUS) que reconhece a necessidade de  atenção integral e diferenciada aos povos indígenas. 

Guia de Cuidados à População Indígena com Câncer

Quadrinhos são uma das múltiplas linguagens do guia para cuidados á população indígena com câncer

Atuando no Amazonas, estado com a maior população indígena do Brasil, a enfermeira Lorena Silveira percebeu, na prática, que os profissionais de Enfermagem nos centros de referência têm pouco preparo para lidar com as especificidades dos pacientes indígena. No mestrado profissional na Escola de Enfermagem da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), Lorena desenvolveu, com orientação do professor Zilmar Souza Filho, o livro digital interativo Cuidados à População Indígena com Câncer: Um Guia para Enfermagem no Contexto Amazônico.  A publicação está disponível na multiplataforma CofenPlay.

O programa de mestrado teve apoio do Profen, acordo de cooperação entre o Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) e a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes/MEC) que financia a expansão da pós-graduação profissional stricto senso. Novo acordo de cooperação Cofen/Capes prevê a formação, ao longo dos próximos cinco anos, de 420 enfermeiros mestres e 80 enfermeiros doutores em Enfermagem. Em um marco para o desenvolvimento científico da Amazônia Legal, o Profen vai financiar três programas de doutorado profissional em Enfermagem, antes inexistentes na Amazônia Legal. 

O estado do Amazonas conta 490.854 indígenas, representando 29% dos habitantes. Três em cada 10 vivem em áreas indígenas. As estimativas sobre incidência de câncer nas populações indígenas são imprecisas, as mudanças alimentares e de estilo de vida aumentam a incidência de fatores de risco. O intervalo entre diagnóstico e o início do tratamento oncológico para esta população foi acima de 60 dias em 60% dos casos, com tempo médio de 113 dias, muito acima do  preconizado pelo Ministério da Saúde no Brasil. 

 

Fonte: Ascom/Cofen, com informações da UFMG

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