Cofen lança perfil da enfermagem no AMAPÁ

Diagnóstico da profissão aponta concentração regional, tendência à masculinização e situações de desgaste profissional e subsalário.

09.07.2015

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Presidente do Coren-AP durante abertura do evento Perfil da Enfermagem

A enfermagem hoje no país é composta por um quadro de 80% de técnicos e auxiliares e 20% de enfermeiros. A conclusão é da pesquisa Perfil da Enfermagem no Brasil, cujos resultados também apontam desgaste profissional em 66% dos entrevistados e grande concentração da Força de Trabalho na Região Sudeste (mais da metade das equipes consultadas). O mais amplo levantamento sobre uma categoria profissional já realizado na América Latina é inédito e abrange um universo de mais de 1,8 milhão de profissionais. O estudo foi realizado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), por iniciativa do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) e apoio do Conselho Regional de Enfermagem do Amapá.

De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a área de saúde compõe-se de um contingente de 3,5 milhões de trabalhadores, dos quais cerca 50% atuam na enfermagem (cerca de 1,7 milhão). A pesquisa sobre o Perfil da Enfermagem, realizada em aproximadamente 50% dos municípios brasileiros e em todos os 27 estados da Federação, inclui desde profissionais no começo da carreira (auxiliares e técnicos, que iniciam com 18 anos; e enfermeiros, com 22) até os aposentados (pessoas de até 80 anos). “Traçamos o perfil da grande maioria dos trabalhadores que atuam do campo da saúde. Trata-se de uma categoria presente em todos os municípios, fortemente inserida no SUS e com atuação nos setores público, privado, filantrópico e de ensino. Isso demonstra a dimensão da pesquisa, que não contempla apenas os que estão na ativa, mas a corporação como um todo”, comenta a coordenadora-geral do estudo e pesquisadora da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz), Maria Helena Machado. A pesquisa foi encomendada pelo Cofen para determinar a realidade dos profissionais e subsidiar a construção de políticas públicas. “Este diagnóstico detalhado da situação da enfermagem brasileira é um passo necessário para a transformação da realidade”, afirma o presidente do Cofen, Manoel Neri.

Qual é o Perfil da Enfermagem no Amapá?

A pesquisa foi realizada em todo o Estado do Amapá, ouvindo auxiliares, técnicos e enfermeiros, com abrangência de mais de 10 mil profissionais. A enfermagem hoje no Amapá é composta por um quadro de 86,8% de técnicos e auxiliares e 13,2% de enfermeiros.

Onde trabalham

No quesito mercado de trabalho, 75,9% da equipe de enfermagem encontra-se no setor público; 22% no privado; 2,6% no filantrópico e 3,5% nas atividades de ensino. No Amapá, 47,5% da equipe de enfermagem declaram desgaste.

Renda mensal

Considerando a renda mensal de todos os empregos e atividades que a equipe de enfermagem exerce, constata-se que 0,3% de profissionais na equipe recebem menos de um salário-mínimo

por mês. A pesquisa encontra 17,6% de pessoas que declararam ter renda total mensal de até R$ 1.000, ou seja, estão em condições de subsalário. Dos profissionais da enfermagem, a maioria (63%) tem apenas uma atividade/trabalho. Os quatro grandes setores de empregabilidade da enfermagem (público, privado, filantrópico e ensino) apresentam subsalários. O filantrópico (52,1%), o privado (23,3%), o público (13,4%) e o de ensino (8,7%) praticam salários com valores de até R$ 1.000.

Masculinização

A equipe de enfermagem no Amapá é predominantemente feminina, sendo composta por 77,6% de mulheres. É importante ressaltar, no entanto, que mesmo tratando-se de uma categoria feminina, registra-se a presença de 21,9% dos homens. “Pode-se afirmar que na enfermagem está se firmando uma tendência à masculinização da categoria, com o crescente aumento do contingente masculino na composição. Essa situação é recente, data do início da década de 1990, e vem se firmando”, afirma a coordenadora. Profissionais qualificados acima do exigido O desejo de se qualificar é um anseio do profissional de enfermagem do Amapá. Os trabalhadores de nível médio (técnicos e auxiliares) apresentam escolaridade acima da exigida para o desempenho de suas atribuições, o que significa dizer que mais de 1/3, ou seja, 36,4% de todo o contingente, fizeram ou estão fazendo curso de graduação.

Desemprego aberto

A área já apresenta situação de desemprego aberto, com 10,1% dos profissionais entrevistados relatando situações de desemprego nos últimos 12 meses. Dificuldade de encontrar emprego foi relatada por 74,8% desses profissionais.

Concentração na capital

A grande maioria da equipe de enfermagem (77,2%) se concentra na Capital. Lançamento da Pesquisa Perfil da Enfermagem no Amapá

Data: 9 de julho (quinta-feira)

Horário:14h

Local: Auditório da Faculdade Fama – Macapá/AP

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