Coren-RJ participa da homenagem à madrinha da enfermagem, Dona Ivone Lara, na Alerj

                                                                      Na manhã desta quart

09.06.2011

                                                                      Na manhã desta quarta-feira (8/6), a diva do samba e madrinha da enfermagem, Dona Ivone Lara, recebeu homenagens de vários artistas, deputadas e deputados presentes, e do presidente do Coren-RJ, Pedro de Jesus Silva, no plenário Barbosa Lima Sobrinho, da Alerj.


Foram momentos de muita emoção para Dona Ivone Lara já que o evento reuniu velhos amigos músicos, importantes nomes do samba, que juntos prestaram homenagens através de discursos e interpretações de algumas de suas principais canções, além dos sambas do Império Serrano, sua escola do coração.


Entre os amigos, estava Nelson Sargento que fez questão de ressaltar o importante papel social de Ivone Lara: “Ivone foi a primeira mulher a integrar a Ala de Compositores de uma escola de samba”.


Para o presidente do Conselho, Pedro de Jesus Silva, Dona Ivone Lara também é o símbolo da enfermagem brasileira. “Seu talento não se limitou a música. Não podemos esquecer que ela ainda teve uma vida dedicada à profissão de enfermeira, cuidando com muito carinho, com a música sempre presente, da vida de seus pacientes”.


Recebeu homenagem também do músico que acompanha a sambista há 15 anos, Bruno Castro, que fez questão de salientar o “legado social que Dona Ivone tem deixado e que vem marcando várias gerações”.


As cantoras Tereza Cristina e Nilze Carvalho, acompanhadas do violonista Maurício Carrilho, também prestaram homenagens, cantando músicas de sua autoria. Enquanto cantavam, Dona Ivone Lara deu a honra aos presentes de um show a parte. Ela aproveitou para acompanha-las, mostrando o seu inesquecível talento também como cantora.


Além delas, a bateria e um casal de mestre-sala e porta-bandeira do Império Serrano deram um show à parte em sua homenagem. Também estiveram presentes na homenagem representantes das escolas de samba União da Ilha do Governador, Unidos de Vila Isabel e Unidos da Tijuca.


Dona Ivone Lara completa 90 anos misturando o talento de cuidar com o de cantar


Este ano, uma das maiores divas do samba, Ivone Lara da Costa, está comemorando 90 anos de uma história que já ultrapassou os muros cariocas, brasileiros, comovendo grandes plateias no exterior.


Com um sorriso marcante e um timbre inconfundível, Dona Ivone Lara (como é mais conhecida) divide com poucos seu passado ocorrido nos corredores em alguns dos grandes hospitais do Rio de Janeiro. Formou-se enfermeira pela Faculdade de Enfermagem do Rio (atualmente Faculdade Alfredo Pinto, da UNIRIO). Dedicou-se a cuidar de doentes durante mais de 38 anos, tempo em que fazia plantões de 24/48 horas que, segundo ela, eram desgastantes, mas, ao mesmo tempo, muito gratificantes já que ajudavam a diminuir o sofrimento dos que procuram as unidades públicas de saúde.


Quando trabalhava no Instituto Psiquiátrico Pedro II, no Engenho de Dentro, Dona Ivone Lara costumava percorrer as enfermarias e pavilhões em busca das histórias, referências e laços familiares dos pacientes. Era uma rotina, que além de dar-lhe satisfação, fazia parte do tratamento terapêutico. Inclusive, foi em uma dessas rotinas que Dona Ivone Lara descobriu Ribamar, um paciente que recebia os cuidados por estar com a saúde debilitada, mas que ainda assim guardava lembranças da época em que animava os salões do Rio como músico da Orquestra Tabajara.


Na década de 40, Dona Ivone compunha seus sambas, quase que clandestinamente, para fugir do preconceito reinante à época. Ela recorda dos tempos em que corria de um emprego para outro, como mais uma das tantas enfermeiras que trabalham incansavelmente, para tornar menos sofrida a vida da população, e para garantir o seu sustento. E ainda assim foi se transformando no que é hoje, a diva do samba e uma das maiores representantes da história do Império Serrano, sua escola de coração.


Soube usar ambos os talentos para ajudar seus pacientes a enfrentar suas doenças. A música funcionava como um bálsamo consolador nas inúmeras festas que promovia com suas colegas de trabalho. Ela cantava e dançava com os pacientes e, assim, transformava aquela rotina, tantas vezes esgotantes, em momentos de felicidade.


Dona Ivone conta que várias de suas colegas de trabalho pediram aposentadoria porque era uma jornada de trabalho muito sacrificante. E reconhece, inclusive, que essa sobrecarga chegou a afetar, em alguns momentos, a capacidade de lidar com as ideias.


Prestou concurso público para o Ministério da Saúde em 1942, antes de ingressar na Colônia Juliano Moreira, em Jacarepaguá, onde atuou como enfermeira por 38 anos. O que de repente lhe aguçou ainda mais a sensibilidade para as questões humanas. Nesta época, ela relembra que a enfermagem abandonou a unidade em sinal de protesto contra as condições de trabalho e os salários. Mas que percebeu que os únicos prejudicados foram os doentes. Assim, retornaram ao trabalho, foram punidos e tiveram descontados os dias em que ficaram parados.


Hoje, mesmo aposentada desde 1977, dona Ivone Lara é solidária com os colegas da enfermagem que lutam por melhores salários, por uma jornada de trabalho mais justa e por melhores condições de trabalho. Apoiando a luta das 30 horas semanais para a enfermagem.

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