Audiência pública discute cursos de graduação EaD na saúde

A audiência pública, em Salvador, reuniu Conselhos Profissionais da Saúde na Bahia que são contra a modalidade de ensino predominantemente a distância

22.02.2017

O deputado Fabrício Falcão se comprometeu a lutar contra a expansão cursos de graduação EaD na saúde

Conselhos Profissionais da área da saúde, Sindicatos, professores, estudantes e profissionais participaram de audiência pública na Assembleia Legislativa da Bahia sobre educação a distância (EaD) em cursos da área da saúde, nesta segunda-feira (20). A audiência foi conduzida pelo deputado Fabrício Falcão e é mais uma das várias mobilizações que estão acontecendo, no país, contra o ensino à distância em graduações da saúde.

Essa questão vem sendo discutida por várias entidades e instâncias da sociedade que se preocupam com as consequências da formação EaD para a assistência à população. Mesmo com a mobilização das entidades e com o posicionamento do Conselho Nacional de Saúde (CNS) contra a autorização de todo e qualquer curso de graduação da saúde ministrado na modalidade EaD, através da Resolução 515/2016, o Ministério da Educação (MEC) continua autorizando a criação desses cursos. É por esse motivo que entidades, profissionais, professores e estudantes da área da saúde unem seus esforços em ações conjuntas como a audiência desta segunda-feira para alertar e mobilizar a sociedade contra os danos que essa modalidade de ensino acarreta.

A presidente do Conselho Regional de Enfermagem da Bahia (Coren-BA), Maria Luísa de Castro, destacou, em sua fala, que por mais argumentos que se tenha em relação aos avanços tecnológicos, não é possível prescindir de toda a discussão que existe sobre a formação humana e sobre o contato no cuidado humano. Ela falou ainda sobre a campanha de conscientização sobre os riscos do sistema EaD na enfermagem que o Conselho Federal de Enfermagem vem realizando e afirmou que, como resultado dessa conscientização, 70 mil vagas de ensino à distância na área de enfermagem deixaram de ser ofertadas por falta de demanda.

A audiência contou com a participação de várias entidades da saúde envolvidas na luta pela saúde presencial

“Não é porque a Lei de Diretrizes e Bases abre a possibilidade de educação à distância que ela pode ser aplicada em todos os cursos. Na área de saúde o EaD não é viável, pois a saúde requer uma relação indivíduo-indivíduo que exige a habilidade do olhar, do acolher, da sensibilidade e até da confiabilidade entre a pessoa assistida e o profissional, além de exigir, em seus cursos, uma relação professor-aluno muito próxima” afirmou a enfermeira e professora Maria do Carmo de Morais.

Como encaminhamento da reunião, os Conselhos Regionais de Enfermagem, Farmácia, Fonoaudiologia, Odontologia, Nutrição, Psicologia e Veterinária assinaram uma nota conjunta, na qual se posicionam contra a graduação na modalidade predominantemente EaD. A carta reconhece que a expansão de cursos na modalidade de ensino à distância está no bojo de uma realidade de sucateamento que a educação do país vem sofrendo. O deputado Fabrício Falcão se comprometeu a levar a discussão ao governador Rui Costa e a procurar o Ministério Público Federal (MPF) para que a instituição ingresse com uma ação contra a portaria do Ministério da Educação que autoriza a formação superior EaD na saúde.

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