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Brasil intensifica vacinação contra sarampo, com mais 7 mil casos nas Américas

Zona livre de sarampo, Brasil intensifica vacinação na fronteira. Ministério da Saúde doou 600 mil doses da vacina à Bolívia, em ação coordenada com a OPAS/OMS

18.07.2025

Para evitar retorno da doença, Brasil enviou 600 mil doses da vacina para doação à Bolívia (Foto: Prefeitura de Corumbá)

O Brasil reforçou a vacinação nas regiões de fronteira e doou  600 mil doses de vacina contra o sarampo para a Bolívia. A ação, organizada com apoio da Organização Panamericana da Saúde (OPAS/OMS), busca conter o avanço da doença e evitar seu retorno ao Brasil.

As Américas registraram 7.132 casos confirmados de sarampo e 13 mortes, de janeiro a meados de junho deste ano, dados da OPAS. Os surtos tiveram origem em casos importados de outros países e afetaram, principalmente, crianças menores de 5 anos e adolescentes entre 10 e 19 anos.

O Brasil reconquistou, em 2024, a certificação de de país livre do sarampo. Em 2025, foram confirmados apenas cinco casos da doença, todos importados. “A alta taxa de vacinação impediu que os casos se alastrassem”, destaca a Ivone Amazonas, coordenadora da Câmara Técnica de Enfermagem em Saúde do Neonato e da Criança do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen). 

A vacina tríplice viral, que protege do sarampo, é ofertada gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A cobertura vacinal ultrapassou a meta nacional de 95% no último ano, segundo dados do Ministério da Saúde. Em 2025, foram distribuídas mais de 12 milhões de doses e aplicadas, até meados de julho, 2,4 milhões.

Dois em cada dez brasileiros, porém, não tomaram a segunda dose. “Os profissionais de Enfermagem devem ter especial atenção à segunda dose. Para crianças, a primeira dose desta vacina é aplicada aos 12 meses; e aos 15 meses (quando é utilizada a vacina combinada à vacina varicela)”, explica Ivone.

A OPAS/OMS estima que as vacinas contra o sarampo ajudaram a evitar 60 milhões de mortes entre 2000 e 2023 em todo o mundo. Antes da introdução da vacina, em 1963, epidemias de sarampo chegaram a causar até 2,6 milhões de mortes ao ano.  A doença continua a ser uma das principais causas de morte entre crianças pequenas no mundo, apesar de existir vacina segura e eficaz.

Acre em alerta

Sarampo ainda é uma causa importante de mortalidade infantil no mundo, apesar de existir vacina segura e eficaz 

O governo do Acre decretou situação de emergência por conta da doença. Segundo a Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre), 15 casos suspeitos da sarampo foram notificados entre janeiro e julho deste ano. Desse total, 11 já foram descartados e quatro estão em análise. O reforço de vacinação prioriza os sete municípios que fazem fronteira com a Bolívia: Acrelândia, Assis Brasil, Brasiléia, Capixaba, Epitaciolândia, Plácido de Castro e Xapuri. 

Quem deve se vacinar: 

crianças de 12 a 15 meses (1ª e 2ª dose);
crianças dos 6 a 11 meses (dose zero); 
pessoas não vacinadas ou com esquema incompleto;
pessoas de 5 a 29 anos (com 2 doses registradas na caderneta);
pessoas de 30 a 59 anos ( com 1 dose registrada na caderneta); 
brasileiros que estudam na Bolívia e retornam das férias. 

Vacina é segura e vigilância deve ser permanente

A certificação já havia conquistada em 2016, graças  às vacinas do Programa Nacional de Imunizações (PNI), mas a doença ressurgiu em 2019, diante da queda da cobertura incentivada pelo movimento antivacinação. O sarampo matou 40 crianças entre 2018 e 2022.

O marco da desconfiança internacional sobre vacinas, que ainda reverbera nos dias atuais, aconteceu em 1998, quando o ex-médico Andrew Wakefield apresentou uma pesquisa preliminar, posteriormente despublicada pela revista Lancet, associando a tríplice viral, que protege contra sarampo, rubéola e caxumba, ao autismo. Ao analisar o estudo, em 2004, foi constatada fraude nos dados e o conflito de interesses do autor, que perdeu a licença de exercício da medicina.

Difundir fake news é infração ética. Enfermeiros, técnicos e auxiliares de Enfermagem podem responder processos éticos em caso de difusão de fake news. 

 

Fonte: Ascom/Cofen - Clara Fagundes

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