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Congresso de Enfermagem reúne profissionais de todo o Brasil no Minascentro

 

15.07.2011

 

Mais de 1.200 profissionais da área de saúde de todos os estados brasileiros (1.083 mulheres e 166 homens) – enfermeiro(a) obstetra e neonatal, obstetrizes, parteiras tradicionais e obstetras participaram do I CIEON (Congresso Internacional de Enfermagem Obstétrica e Neonatal) e VII COBEON (Congresso Brasileiro de Enfermagem Obstétrica e Neonatal), no Minascentro. O evento aconteceu entre os dias 6 e 8 de julho com o objetivo de discutir as estratégias para fortalecer as redes e alianças pela cidadania e saúde das mulheres e dos recém-nascidos.

O Congresso teve início com a conferência sobre a “Rede Cegonha como estratégia fortalecedora de redes e alianças na atenção à mulher e o recém-nascido”, ministrada pelo representante do Ministério da Saúde, Dário F. Pasche. No primeiro dia os participantes também participaram das Oficinas na Escola de Enfermagem da UFMG e cursos no Minascentro. Nos outros dois dias, ocorreram as mesas redondas.

O Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) também participou da mesa de abertura. Representando o presidente do Conselho, Manoel Carlos Neri da Silva, a Dra. Nadir Soares Boanova enfatizou: “O congresso tem uma importante programação científica e apresenta trabalhos da mais alta qualidade.”
Participaram também da mesa de abertura, a presidente da Comissão Executiva do COBEON, a professora da Escola de Enfermagem da UFMG Torcata Amorin, o professor Valdecyr Herdy Alves (ABENFO nacional), Hilda Bonila (OPAS/OMS), Dário Pasche (Ministério da Saúde), Márcia Rovena (Secretaria Estadual de Saúde), Gisele Maciel (Secretaria Municipal de Saúde), Adrinez Cançado e Nascimento (ABENFO/MG), Marcelo Lopes Cançado (SOGIMIG), Ivone Evangelista Cabral (ABEN), Telma Ramalho Mendes (COREN), Profª Eliane Palhares (Escola Enfermagem/UFMG), Dr. Ivo de Oliveira (Hospital Sofia Feldman) e Cleise Soares (ONG Bem Nascer).

A agenda de discussões foi bastante diversificada e abordou temas como: a redução da mortalidade materna e infantil e da cesariana desnecessária, planejamento familiar, a desmedicalização na assistência ao parto, as evidências científicas sobre o nascimento, o manejo no aleitamento materno, parto domiciliar planejado e a inserção da enfermeira obstetra e das parteiras tradicionais na atenção à saúde da mulher. E ainda: a violência contra a mulher e o recém-nascido, as implicações do aborto na saúde da mulher e os dilemas éticos, a experiência nas casas de parto de São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, além de espaço para discussões sobre o câncer de mama, o lúpus e o HIV.

Além dos dois congressos, aconteceram simultaneamente o V Fórum Nacional de Políticas de Atuação de Enfermeiros e Obstetrizes na Assistência à Mulher e do Neonato e o VIII Encontro Mineiro de Enfermagem Obstétrica e Neonatal. Segundo a presidente do evento, Torcata Amorin, “o COBEON é o mais importante evento da enfermagem obstétrica e neonatal e busca uma interlocução com profissionais comprometidos com a qualidade de vida e saúde das mulheres, seus bebês e famílias.”

O evento foi promovido pela ABENFO (Associação Brasileira de Obstetrizes e Enfermeiros Obstetras) nacional e realizado pela ABENFO/MG, COREN/MG, Escola de Enfermagem/UFMG e Hospital Sofia Feldman, além de ter contado com o apoio do Ministério da Saúde, FAPEMIG, Secretária de Estado da Saúde, COPASA, Pró Saúde, JICA, COFEN e Governo de Minas.

MESA REDONDA

Na ocasião, a Conselheira do Cofen, Dra. Solange Maria Miranda Silva, discursou sobre a prática e formação do enfermeiro obstetra/neonatal e obstetrizes: um debate necessário para o avanço de políticas públicas.

REDE CEGONHA
O coordenador do Departamento de Ações Programáticas Estratégicas do Ministério da Saúde, Dário F. Pasche, disse em sua conferência de abertura que o projeto REDE CEGONHA se inspirou em ações desenvolvidas em Belo Horizonte: “aqui a Presidenta Dilma lançou a REDE CEGONHA em 28 de fevereiro, onde o conceito e a prática da assistência materno e infantil acontecem de maneira integral e integrada. Belo Horizonte é um exemplo vivo do avanço do paradigma arcaico para um novo modelo de cuidado. É cruel que mulheres e crianças experimentem altas taxas de mortalidade materno/infantil e tenham desrespeitada a sua fisiologia, com a antecipação desnecessária dos partos. Uma em cada cinco mulheres se sente maltratada, mostrando uma face da violência institucional no Brasil.”
Afirmou também que a REDE CEGONHA não é uma invenção do Ministério, mas uma rede que reúne o que de melhor tem sido feito no país. “O Ministério da Saúde vai entrar com recursos financeiros para reformas, construções, ambiência nas maternidades e novos equipamentos, mais importante que os aparatos, é desenvolvermos uma nova dinâmica na gestão e nos processos de trabalho: “essa mulher não é um grande útero, devemos ver a inteireza dessa mulher”.

Durante o evento, vários participantes fizeram visitas técnicas ao Hospital Sofia Feldman, para conhecer de perto as práticas e unidades de cuidado à mulher, recém-nascido e família que existem na instituição e que, agora, fazem parte das propostas da REDE CEGONHA, como por exemplo, a Casa de Gestantes Zilda Arns e o Centro de Parto Normal Dr; David Capistrano da Costa Filho.

A presidente do COBEON, a professora da Escola de Enfermagem da UFMG Torcata Amorim, considerou o evento “um sucesso”. Informou que o Hospital Sofia Feldman trabalha com enfermeiras obstetras desde sua fundação, em 1977, e que Belo Horizonte vem inovando: “desenvolveu desde 1999 o curso de especialização em enfermagem obstétrica, que já está na 14ª turma. “A presidente da ABEN – Associação Brasileira de Enfermagem, Ivone Evangelista Cabral acredita que os congressos dão contribuições importantes para a agenda da enfermagem e para definir políticas de saúde no Brasil.

HOSPITAL SOFIA FELDMAN RECEBE HOMENAGENS
O diretor administrativo do Hospital Sofia Feldman, Dr. Ivo de Oliveira Lopes, foi duas vezes homenageado, em nome do presidente da Fundação de Assistência Integral à Saúde, José Moreira Sobrinho, e por sua atuação na gestão e incentivo dado à inserção do enfermeiro obstetra na assistência à mulher e recém-nascido. Dr. Ivo agradeceu em nome das enfermeiras obstetras e dos trabalhadores do Hospital e disse que “ há mais de 30 anos aprendemos com as enfermeiras obstetras, dando a mão e crescendo na qualidade da assistência oferecida às usuárias do SUS.” Afirmou: “quem carrega o andor é a enfermagem, de fato e no cotidiano.”

A Dra. Gisele Maciel, representante da Comissão Perinatal da Secretaria Municipal de Saúde – SMSA/BH, declarou que a secretaria não tem poupado esforços para a redução das cesáreas desnecessárias e na construção de uma rede de parcerias. “Temos um grande desafio, a inserção da enfermeira obstetra em todas as maternidades. Quando formos implementar políticas e estratégias, devemos ouvir os gestores, os profissionais de saúde, as entidades de classe e principalmente as mulheres.”
Dário Pasche, do Ministério da Saúde, afirmou: “queremos tirar de cena o parto tecnocrático, que produz impessoalidade e riscos.” Informou que a partir de agosto o Ministério vai aos territórios. “Temos que fortalecer redes, fazer alianças e apostar na humanização. A mortalidade materna evitável depende mais de tecnologias leves que de tecnologias pesadas.”

MORTALIDADE MATERNA FOI DISCUTIDA NO CONGRESSO
Ações para reduzir a cesariana desnecessária e indesejada e estratégias para a redução da mortalidade materna e neonatal foram discutidas no evento. Segundo informações do Ministério da Saúde, ocorreram, em 2009, 229/100.000 óbitos maternos e 4.169 óbitos infantis, em nove regiões metropolitanas. Em Belo Horizonte, a Comissão Perinatal da Secretaria Municipal de Saúde informou que 200 mulheres morreram em 2010, em decorrência de complicações na gestação e parto.

A professora da Escola de Enfermagem da UFMG, Dra. Torcata Amorin, presidente da Comissão Executiva do COBEON, declarou que para reduzir a mortalidade materna e infantil, devemos “qualificar mais os profissionais e trabalhar em rede para dar continuidade ao atendimento, além de  apoio logístico governamental para atuação de enfermagem obstétrica, que atua num nível fisiológico, mais simples, usando menos tecnologia.”

O professor Dr. Valdecyr Herdy Alves, presidente da ABENFO nacional acrescentou que para diminuir a mortalidade materna é preciso olhar a mulher num todo, respeitar a sua singularidade. “Defendemos o protagonismo da mulher no parto. Esse protagonismo acabou na década de 30, quando o parto foi hospitalizado. Não há necessidade de a mulher parir no hospital, ela pode ter seu filho em casa de parto, em seu domicílio.”

Para reduzir a mortalidade materna e infantil, Herdy recomenda “um pré natal eficaz. Verificar a saúde da mulher, a sua nutrição;  olhar a mulher com integralidade. O Brasil avançou muito na redução da mortalidade neonatal, mas não na mortalidade materna. Para se evitar a mortalidade, o modelo de cuidado deve ser centrado na mulher, bebê e família.”

BELO HORIZONTE É REFERÊNCIA
Herdy enfatizou a importância de Belo Horizonte no contexto da obstetrícia nacional, “Belo Horizonte é o celeiro, tem o Hospital Sofia Feldman, que é vanguarda no atendimento e um modelo para a REDE CEGONHA é uma referência nacional e internacional.”

A redução da cesariana também foi tema do congresso. A cesariana é considerada epidêmica em alguns hospitais da rede privada, chegando a mais de 80%. O índice de cesarianas no SUS, em 2008, foi de 40%, 105% acima do que o preconizado pela OMS (Organização Mundial de Saúde), 15%.
Herdy Alves afirma que a cesariana concorre para o aumento da mortalidade materna. “O Ministério da Saúde, a Organização Mundial de Saúde, a Organização Panamericana de Saúde, todos dizem que devemos trabalhar o parto normal e só fazer cesáreas na real necessidade. Temos que avançar no respeito à fisiologia da mulher e não medicalizar o parto. Desmedicalizar, por exemplo, não usar ocitocina sintética de rotina, oferecer um ambiente tranqüilo onde a mulher possa produzir a ocitocina natural.”

Para saber mais sobre o que aconteceu no VII Cobeon, clique aqui.

Fonte:
Comissão de Divulgação e Imprensa do COBEON

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