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Conselheira do Coren-RS integra estudo inédito publicado na Science sobre genética brasileira

A pesquisa sequenciou o genoma de mais de 2,7 mil brasileiros de todas as regiões e concluiu que o Brasil é o país mais miscigenado do planeta

21.05.2025

Célia é pesquisadora de pós-doutorado do Centro Experimental de Pesquisa do HCPA

Um estudo inédito que faz parte do projeto DNA do Brasil, coordenado por cientistas da Universidade de São Paulo (USP) e financiado pelo Ministério da Saúde, foi publicado nesta quinta-feira, 15 de maio, na Science, uma das mais importantes revistas científicas do mundo. A pesquisa sequenciou o genoma de mais de 2,7 mil brasileiros de todas as regiões e concluiu que o Brasil é o país mais miscigenado do planeta. Parte deste resultado se deu graças a participação da conselheira do Coren-RS e enfermeira pesquisadora Célia Mariana Barbosa de Souza, que contribuiu com análises sobre a população negra do Rio Grande do Sul. São dados considerados essenciais para o avanço da assistência em saúde de forma personalizada no país, já que serão utilizados para prever doenças, planejar tratamentos e reduzir custos na saúde pública.

O estudo identificou mais de 8 milhões de variações genéticas inéditas e apontou perfis ligados a doenças como hipertensão e câncer. O doutorado de Célia, que trata da doença renal crônica em negros, foi determinante no resultado geral da pesquisa. “Nós não tínhamos um mapeamento genético da população brasileira. E chegamos a dados que apontam que ela é única, não tem nada parecido no mundo”, destaca a conselheira.

Atualmente, Célia é pesquisadora de pós-doutorado do Centro Experimental de Pesquisa do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA). Para o projeto DNA do Brasil, a instituição de saúde foi uma das principais colaboradoras, com 800 amostras, sendo 300 do estudo da doença renal crônica em negros, objeto de estudo do doutorado de Célia. “Graças a esta parceria que pude colaborar com esse estudo e ter meu nome publicado na Science. Tenho muito orgulho do trabalho desenvolvido e da colaboração de todos nesse processo”, disse a enfermeira.

Em todo o país, a pesquisa revelou que 60% da ancestralidade é europeia, 27% africana e 13% é indígena. A europeia predomina no Sul e no Sudeste, africana mais no Nordeste, indígena predominante no Norte e Centro-Oeste. Contudo, em cada um desses três grupos há centenas de divisões. Os dados também têm implicações profundas no reconhecimento das desigualdades históricas e de violência, já que 77% da herança genética feminina tem origem africana ou indígena, em contraste com 71% da herança masculina de origem europeia. “Nós estamos sequenciando genomas de ancestralidade africana e indígena que ninguém estava estudando. Os bancos de dados existentes são todos de DNA de populações brancas”, destaca Lygia Pereira, coordenadora da pesquisa.

Para o conselheiro e coordenador da Câmara Técnica de Enfrentamento ao Racismo na Enfermagem do Coren-RS, Elenilson Félix, o reconhecimento internacional do trabalho de Célia ratifica uma trajetória de luta contra a discriminação. “Além de militar há décadas nos movimentos de defesa e de afirmação da população negra, a conselheira nos mostra que esse combate também pode e deve ter a ciência como aliada”, apontou. “O rastreamento de nossa ancestralidade e a percepção e prevenção de doenças mais prevalentes para a população negra também é uma bandeira antirracista, pois dará maior proteção e amparo a este grupo social que tem mais incidência de adoecimento e morte, sem contar que ainda enfrenta grande dificuldade no acesso às instituições de saúde”, reforçou Félix.

O artigo publicado na Science pode ser conferido CLICANDO AQUI. A pesquisa também foi alvo de reportagem publicada no Jornal Nacional, que pode ser acessada NESTE LINK.

Fonte: Coren-RS

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