Coren-MA: Comissão promove ações de sustentabilidade ambiental

13.06.2013

O Hospital Municipal Djalma Marques (Socorrão I) mantém, há cinco anos, em sua estrutura administrativa a Comissão de Gerenciamento de Resíduos de Saúde (CGRS), unidade responsável pela supervisão, direcionamento e orientação sobre a correta separação e destinação dos resíduos produzidos no ambiente hospitalar. Formada por uma equipe multidisciplinar composta por médicos, profissionais do corpo administrativo e técnicos de radiologia e de enfermagem, a comissão é coordenada pela enfermeira Joelma Veras da Silva, que, além de possuir especializações em saúde coletiva e em unidade de terapia intensiva, acumula no currículo a graduação em engenharia agrônoma com especialização em engenharia ambiental.

Segundo Joelma Veras, cuja responsabilidade técnica para coordenar a comissão é prevista pela Resolução Cofen n° 303/2005, a comissão é de extrema importância no ambiente hospitalar, pois o descarte incorreto de resíduos representa uma fonte de riscos à saúde humana e ao meio ambiente. Como exemplo, ela cita o trabalho realizado com resíduos originados da quebra de um termômetro de mercúrio, um fato corriqueiro em ambiente hospitalar. Por conter um metal pesado, que pode contaminar ecossistemas aquáticos naturais, o objeto é manipulado com luvas e máscaras apropriadas e seus restos são destinados para incineração.

Apesar de todo o trabalho de conscientização, segundo ela, ainda há quem não atente para importância da descarte correto de resíduos. “Às vezes pagamos a uma empresa terceirizada para incinerar bagaços de frutas, copos descartáveis e papéis, que são resíduos comuns, mas que são colocados incorretamente em lixeiras para coleta de resíduos infectantes. Infelizmente, evidenciamos esse fato que contribui para todo um potencial de risco: no aumento de doenças ocupacionais para quem manipula esses resíduos, no aumento de infecção hospitalar e contaminação dos catadores de resíduos que, muitas vezes, retiram seu sustento através dessas práticas de coleta”.

PRÁTICAS PIONEIRAS – A Comissão de Gerenciamento de Resíduos de Saúde do Socorrão I, além de trabalhar a correta separação e o descarte dos resíduos, alia a sustentabilidade ambiental com ações de responsabilidade social através de duas práticas pioneiras: a confecção de bonecos infantis com embalagens de iogurte e a fabricação de sacolas feitas com jornais descartados.

Com uma produção diária de 50 sacolas feitas de papel-jornal e a utilização das mesmas para a coleta de resíduos comuns nos setores administrativos, foi possível economizar, em um ano, cerca de 8.600 sacos plásticos que, se dispersos no meio ambiente, levariam aproximadamente cem anos para se decompor.

Montando e distribuindo palhaços coloridos feitos com copos de iogurtes, é assim que a comissão atua socialmente. Conhecidos como “Djalminha”, os bonecos, cuja confecção diária atinge uma média de dez unidades, são doados para as crianças no momento da alta hospitalar ou em datas comemorativas. “Atitudes como essa contribuem para a percepção positiva que a criança leva do hospital, amenizando o sofrimento e, ainda, fortalece o vínculo entre os servidores e a instituição, já que são eles os responsáveis pelo fornecimento do material para confecção dos brinquedos e das sacolas de jornais”, conclui a coordenadora da CGRS.

Outros materiais descartados recebem a atenção do Hospital Djalma Marques, a exemplo de papelão, frascos de soro, papel A4, copos descartáveis, pilhas, baterias, garrafas PET, películas, reveladores e fixadores de raio-x. A correta separação desses resíduos, segundo a enfermeira Joelma Veras, contribui também com a manutenção da capacidade do aterro sanitário da Ribeira, local que recebe resíduos de todo o município, visto que estimula o reaproveitamento de todos os materiais citados, diminui a saturação do terreno e minimiza os impactos ambientais que podem ser ocasionados pelos resíduos produzidos pelos serviços de saúde.

UMA CARREIRA PROMISSORA – Com a coordenação da CGRS, a enfermeira Joelma Veras busca também despertar o interesse do profissional enfermeiro pelo segmento que, segundo ela, é uma nova área de atuação e sai do lugar-comum das atividades relacionadas à clínica e terapêutica. “Quanto à questão ambiental, mesmo sendo uma temática debatida amplamente nos dias atuais, quanto trata-se da prática profissional, não ocupa posição de destaque como uma possível estratégia de promoção em saúde. Sendo assim, mostra-se relevante a abordagem dessa relação saúde-ambiente nos espaços de formação, especialmente nos cursos de graduação”, conclui ela.

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