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Enfermeira coordena Central de Transplantes no Espírito Santo

Nos hospitais, há ainda as Comissões Intra-Hospitalares de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (CIHDOTT), também integradas por profissionais de Enfermagem

20.09.2017

Enfermeira Raquel Matiello

“Essencial, imprescindível, vital”. Foi assim, com ênfase nos substantivos que a enfermeira Raquel Matiello definiu a importância da Enfermagem para o serviço de transplante de órgãos no Espírito Santo.

Há cerca de três anos, Raquel coordena a Central de Notificação, Captação e Doação de Órgãos (CNCDO), e conta com uma equipe de Enfermagem formada por um técnico e dez enfermeiros, sendo que seis desses enfermeiros se revezam em plantões para manter o setor em funcionamento durante 24 horas, todos os dias do ano. Nos hospitais, há ainda as Comissões Intra-Hospitalares de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (CIHDOTT), também integradas por profissionais de Enfermagem, além de médicos, psicólogos ou assistentes sociais.

Dedicação – “Na Central de Transplantes, estamos sempre de prontidão. Precisa ser assim porque o tempo faz toda diferença quando se trata de doação e transplante de órgãos. Depois da autorização da família, tudo deve ser feito o mais rápido possível. A remoção, o transporte do órgão, a localização do possível receptor, os exames necessários e, finalmente, o transplante. É um processo que ocorre a qualquer dia e hora. De madrugada, em finais de semana ou feriados. Muitas vezes, nossa equipe pede ajuda ao Corpo de Bombeiros, Defesa Civil e especialmente à Polícia Militar, que possui helicóptero. Todo mundo mobilizado para salvar vidas”, contou Raquel.

Emoção – As equipes que atuam nesse setor precisam de muito equilíbrio emocional. Os sentimentos que envolvem a captação e doação de órgãos são intensos e conflitantes. “Você chora a morte de uma criança ou de um adulto, sofre pela perda de uma vida, é solidário com a dor da família, e ao mesmo tempo fica feliz porque outra vida será salva. Realmente, vivemos numa constante montanha russa de emoções”, definiu.

Recusa – Raquel Matiello destaca que o serviço é tudo bem estruturado e que todos se esforçam bastante para manter essa estrutura. Mas o maior empecilho para que haja avanço nos transplantes está fora da Central. É o índice de recusa familiar. Mais de 50% responde negativamente ao pedido de doação.

Mas é preciso ter sensibilidade e compreender o sentimento das famílias. Por diversas razões, a maioria das pessoas tem muita dificuldade para falar sobre a morte. “Não estamos preparados para aceitar a perda definitiva de alguém que amamos. Dificilmente esperamos por um momento assim de dor. Por isso, é importante conversar em família e saber a vontade de cada um sobre ser doador de órgãos ou não. Será muito mais tranquilo para os familiares tomarem a decisão de doar, se souberem da vontade do ente querido”, ressaltou Rachel.

Setembro Verde – Promover o diálogo com a sociedade é o principal objetivo do Setembro Verde. Durante todo este mês, diversas atividades são realizadas ou intensificadas no sentido de ampliar o debate sobre o tema e incentivar a população para esse ato de amor, que é a doação de órgãos. No Espírito Santo, 982 pessoas aguardam por um rim; 54 necessitam de um fígado, 6 estão esperando por um transplante de coração e 82 de córneas. Um único doador pode beneficiar até 10 pessoas.

Formação – Raquel Matiello também chama a atenção para outra frente que precisa ser inserida no contexto doação e transplante de órgãos: as escolas. Ela conta que durante toda a graduação em enfermagem não viu nada sobre o assunto, o que considera uma deficiência. “Defendo que seja apresentado um projeto de lei instituindo o tema na formação profissional, evitando o desconhecimento que vemos hoje. Uma pena porque é uma área apaixonante e com muitas possibilidades de atuação”, enfatizou a enfermeira e coordenadora da Central de Transplantes.

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