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Enfermeiros capacitados no cuidado de feridas e lesões cutâneas são indispensáveis para a recuperação dos pacientes

Grupo de trabalho do Cofen apresentou a importância da atuação qualificada dos profissionais de Enfermagem e casos, destacando como o cuidado especializado pode salvar vidas e evitar amputações

23.07.2025

O Grupo de Trabalho de Feridas do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) apresentou, nesta terça-feira (23/7), durante a 579ª Reunião Ordinária de Plenário (ROP), em Salvador, a importância da atuação qualificada dos profissionais de Enfermagem no cuidado a lesões complexas. A exposição evidenciou que a formação técnica e a especialização do enfermeiro podem ser determinantes para evitar o agravamento de uma ferida e promover a reabilitação do paciente. O GT é composto pela conselheira Ludimila Magalhães e pelas enfermeiras especialistas Gabriela Souza, Priscilla Sckarlat, Sandra Marina e Érica Louise Bezerra.

Sandra Marina apresentou a importância da atuação qualificada dos profissionais de Enfermagem no cuidado com lesões complexas. Ela evidenciou que a formação técnica e a especialização do enfermeiro podem ser determinantes entre o agravamento de uma ferida e a reabilitação do paciente. “Quando o enfermeiro não sabe o que está fazendo, pode comprometer o tratamento e, consequentemente, a vida do paciente. Por outro lado, quando há conhecimento e segurança técnica, conseguimos reverter quadros graves e devolver qualidade de vida à pessoa e à sua família”, afirmou Sandra.

Em sua apresentação, ela relatou casos reais de pacientes que, graças à intervenção especializada, evitaram amputações e evoluíram de forma positiva mesmo em contextos de infecção generalizada (sepse).

A Bahia, estado que sediou a reunião plenária, está entre os que registram os maiores índices de amputações no Brasil. Um estudo realizado pela Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular, com base em dados do Ministério da Saúde, identificou que 80.124 nordestinos sofreram amputações de membros inferiores entre 2012 e 2021. A Bahia lidera o ranking da região, com 21.069 casos registrados, o que representa 26% do total.

Até 2020, antes da pandemia de Covid-19, a região Nordeste registrava uma média diária de 25,20 procedimentos de amputação. No ano seguinte, esse número subiu para 25,84. Somados, os dois anos contabilizaram 18.631 amputações na região, o que representa uma média mensal de 776,29 procedimentos.

Para Sandra Marina, este cenário reforça a urgência de investimentos na formação e valorização de especialistas em feridas. “São histórias de amputações evitadas e vidas salvas por decisões clínicas corretas, baseadas em conhecimento científico e uso adequado de tecnologias”, destacou.

Ludimila Magalhães, coordenadora do GT, ressaltou que as normas e regulamentações que garantem autonomia para o enfermeiro prescrever coberturas, indicar condutas e aplicar tecnologias inovadoras no tratamento de feridas são fundamentais. “Elas não apenas qualificam o cuidado, mas efetivamente salvam vidas”, disse.

Ludimila comemorou ainda os avanços conquistados durante a reunião plenária, ao serem aprovadas duas resoluções que impactam diretamente a assistência prestada por enfermeiros na promoção, prevenção, tratamento e reabilitação de pessoas com lesões cutâneas. A primeira dispõe sobre a atuação da equipe de Enfermagem na programação, prevenção, tratamento e reabilitação de pessoas com lesões cutâneas e a segunda regulamenta o uso terapêutico dos concentrados sanguíneos autólogos não transfusionais no âmbito da Enfermagem.

“Hoje celebramos um passo histórico para a valorização da Enfermagem no cuidado a pessoas com lesões. Essa conquista é fruto de um trabalho técnico, ético e sensível, construído por um grupo de especialistas brilhantes, comprometidas com a vida e com a ciência”, declarou Ludimila.

A utilização de concentrados sanguíneos autólogos como proposta terapêutica para a regeneração tecidual é discutida pela comunidade científica há mais de 30 anos. “No Brasil, com o apoio do Cofen, a regulamentação do uso por profissionais de Enfermagem representa um avanço. Essa conquista cria novas possibilidades, especialmente no tratamento de feridas complexas. Com a resolução em vigor, destaca-se, sobretudo, sua aplicação no setor público, onde muitas vidas poderão ser salvas e inúmeras amputações evitadas”, afirmou Priscilla Sckarlat.

Priscilla destacou, ainda, que essa regulamentação representa um marco para a valorização do enfermeiro, que passa a ter acesso a um novo campo de atuação, com a possibilidade de empreender, atuar de forma autônoma ou integrar equipes interdisciplinares utilizando terapias regenerativas.

Para Érica Louise, as resoluções evidenciam o potencial de inovação e desenvolvimento de novas tecnologias, bem como a relevância da atuação da Enfermagem na adoção de práticas sustentáveis, colaborando com a gestão e o descarte responsável dos resíduos gerados no cuidado de pessoas com lesões cutâneas.

Ao comentar os avanços propostos na nova resolução, Gabriela Souza destacou que o enfermeiro pode abrir consultórios, clínicas ou empresas voltadas à promoção, prevenção, tratamento e reabilitação de pessoas com lesões cutâneas, evidenciando o perfil empreendedor da Enfermagem.

O tratamento de feridas envolve uma série de competências que vão além do simples curativo. Exige avaliação criteriosa, conhecimento de microbiologia, escolha adequada de materiais, domínio de tecnologias avançadas e, acima de tudo, acompanhamento contínuo e humanizado. A atuação do enfermeiro é central em todas essas etapas. Profissionais capacitados não apenas evitam danos irreversíveis, como promovem a recuperação, a dignidade e a vida.

As normas entram em vigor assim que forem oficialmente publicadas no Diário Oficial da União (DOU).

Fonte: Ascom/Cofen

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