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Em Território Yanomami, enfermeira relata avanços na estrutura emergencial de Saúde

"Até a metade do ano passado [2024], a situação ainda era muito difícil, mas agora conseguimos, pela primeira vez, estabelecer uma estrutura emergencial", explica a enfermeira Clara Opoxina.

06.05.2025

Dois anos após declaração de emergência humanitária na Terra Yanomami, Fantástico revisita região. Foto: Reprodução/TV Globo

Em 2023, a situação em algumas aldeias indígenas era alarmante, com a presença de garimpos, casos de desnutrição entre crianças e idosos e a disseminação descontrolada de doenças como malária, COVID-19 e gripe.

Ao programa dominical Fantástico, da Rede Globo, a enfermeira Eliane Sanches Henrique, do Distrito Sanitário Indígena (DSEI) Yanomami, em Roraima, lembrou os desafios enfrentados: “Era uma verdadeira zona de conflito, com pessoas debilitadas e desnutridas. O tempo para comer e dormir era escasso. Houve momentos em que eu precisava sair do barraco apenas para chorar”, relata.

Há um mês, Eliane, Clara Opoxina para os povos originários, inaugurou um posto provisório na Aldeia de Minau, construído pelos próprios indígenas. A unidade que estava sem assistência é a primeira em que foi possível a entrada dos profissionais de Saúde e, atualmente, não há surtos ou alta demanda de atendimentos. Esse é o nono posto que ela conseguiu implementar em dois anos.

“Até a metade do ano passado [2024], a situação ainda era muito difícil, mas agora conseguimos, pela primeira vez, estabelecer uma estrutura emergencial”, explica. Clara integra a Câmara Técnica de Enfermagem em Atenção à Saúde dos Povos Originários, no Conselho Federal de Enfermagem (Cofen). 

Segundo o Ministério da Saúde, a redução dos óbitos entre indígenas Yanomami em 2024 é resultado dos investimentos realizados em infraestrutura, aprimoramento da qualidade do atendimento e ampliação da equipe de profissionais de saúde, que passou de 700 para 1.800 no período. Dentro de uma habitação coletiva tradicional Yanomami, feita de madeira uma repórter branca, vestindo camisa azul, agacha-se e estende a mão para cumprimentar uma criança indígena sorridente. A criança segura a mão do repórter, enquanto outras ao redor observam, algumas sorrindo, outras com expressão curiosa.

Técnicos e auxiliares de enfermagem seguiram como a categoria com maior volume de atendimentos, registrando um crescimento de 13,9% (de 560.447 para 638.098). Já os enfermeiros tiveram um aumento de 28% nos atendimentos, passando de 142.083 para 181.895.

O número de atendimentos realizados em 2024 pelas principais categorias profissionais registrou um crescimento expressivo em comparação a 2023. O destaque ficou por conta dos nutricionistas, que ampliaram seus atendimentos de 8.905 para 49.974, um aumento de 461%. Os atendimentos médicos também tiveram um avanço significativo, aumentando 72,6%, de 26.113 para 45.072.

O Governo Federal avalia a criação de uma carreira federal para profissionais de Enfermagem que atuam em territórios indígenas, em resposta a um pedido do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen). A medida busca aprimorar as condições de trabalho e segurança desses profissionais, que enfrentam desafios como infraestrutura precária e escassez de recursos nas comunidades indígenas. A solicitação foi oficializada por meio de um ofício enviado à Presidência da República.

Quem é Clara Opoxina?

Clara Opoxina, natural de Barbacena/MG, mudou-se para a Amazônia ao concluir sua formação em Enfermagem

Eliane Sanches Henrique, Clara Opoxina, natural de Barbacena, Minas Gerais, mudou-se para a Amazônia logo após concluir sua formação em Enfermagem. No Distrito Sanitário Especial Indígena Yanomami, destaca-se como uma das poucas pessoas que dominam o Yanomam, uma das seis línguas faladas na região.  

Enfermeira experiente e dedicada, ela escolhe cuidadosamente suas palavras, mas não hesita em afirmar que o genocídio dos Yanomami, em curso desde o primeiro contato com os napëpë (não indígenas) no século passado, só terá fim com a retirada completa dos garimpeiros da região.

“Espero que, enquanto enfermeira, nunca mais tenha que passar por esta crise humanitária em meu próprio país, que possamos ter consciência que defender os povos indígenas é garantir o futuro do planeta. Sem floresta não haverá futuro”, assinala Clara Opoxina em entrevista ao Portal Cofen.

Em 2025, Clara completa 13 anos atuando no Distrito Sanitário, onde trabalha como funcionária terceirizada, assim como os demais profissionais dos DSEI.

Fonte: Ascom/Cofen com informações do Portal G1, Plataforma Sumaúma e Ministério da Saúde

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