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Coren-ES entrevista presidente do Cofen, Manoel Neri

A crise econômica e a má qualidade do ensino afetam, de forma drástica, a enfermagem brasileira. Foi o que apontou o presidente do Conselho Federal de Enfermagem, Manoel Carlos Neri da Silva, durante reunião Plenária do Cofen realizada no Espírito Santo, na última semana.

03.11.2015

Quais os principais desafios para a enfermagem no Brasil atualmente?

Primeiramente é sobreviver à crise econômica que tem assolapado milhares de postos de trabalho na área enfermagem. Outro desafio enorme é melhorar a qualidade do ensino na formação de profissionais de enfermagem que se encontra extremamente deficiente. É necessário acabar com a formação de enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem através de ensino a distância. Para mim, esse é um dos principais desafios a serem vencidos porque tem provocado um rebaixamento muito grande dentro da profissão.

E o que o Cofen tem feito para resolver essa questão do ensino a distância?

O Cofen tem dado um combate sem trégua ao ensino de má qualidade na área de enfermagem e tem assumido uma posição firme junto ao Ministério da Educação, e também junto ao Ministério da Saúde, com o objetivo de que os dois ministérios assumam posição contrária em relação à formação de enfermeiros e profissionais de nível médio a distância. Já temos inclusive alguns avanços. O mais recente foi participar de uma Comissão junto ao Inep e MEC para debater essa matéria. Acreditamos que brevemente deverá ser divulgada uma posição do Ministério da Educação a esse respeito.

A pesquisa Perfil da Enfermagem no Brasil, realizada pelo Cofen e Fiocruz, tem contribuído para melhorar a realidade da profissão?

A pesquisa traçou uma radiografia completa da profissão, ouviu mais de 35 mil profissionais de enfermagem que representam o conjunto dos profissionais do Brasil, trouxe dados muito importantes para o estabelecimento de políticas públicas. O estudo comprovou uma realidade dramática dos profissionais de enfermagem em todo território nacional. Hoje, a grande maioria está submetida a más condições de trabalho, ambientes onde não há local para descanso e alimentação, Muitos trabalham inseguros e são agredidos por usuários do sistema de saúde. Também são vítimas de assédio moral por parte de gestores tanto na área pública quanto privada. Além disso, sofrem com o excesso de jornada de trabalho e com os baixos salários. Esses foram os pontos que mais se destacaram dentro da pesquisa do Perfil da Enfermagem que merece um tratamento adequado, não só pelos Conselhos de Enfermagem, que já têm se posicionado e proposto diversas políticas públicas ao Ministério da Saúde, mas também um tratamento adequado por parte das autoridades brasileiras para que se consiga mudar esse quadro terrível pelo qual passa a enfermagem brasileira. Isso tanto na questão da formação como na área do exercício profissional. A enfermagem é uma profissão fundamental para qualquer política pública de saúde estabelecida no Brasil, representa mais de 50% dos trabalhadores na saúde e precisa ser cuidada de forma melhor e mais adequada por parte do governo brasileiro.

Como o senhor avalia o trabalho realizado pelo Coren-ES?

O Coren do Espírito Santo está imbuído na política do Conselho Federal de buscar melhorias para o exercício da profissão de enfermagem, de combater o ensino de má qualidade, que coloca em risco a população atendida por esses egressos de cursos deficientes e até irregulares. O Coren-ES é um Conselho que se destaca na fiscalização do exercício profissional de enfermagem. Tem um trabalho muito bom, e tem contribuído de forma adequada com as suas finalidades. O presidente, Wilton Patrício, é um excelente presidente. Ele é ex-conselheiro federal, conhece bem como funciona o Sistema Cofen/Conselhos Regionais tem feito um grande trabalho em prol da enfermagem do ES.

Que mensagem o senhor deixa para a enfermagem capixaba?

A mensagem que deixamos é que o Cofen e o Coren-ES são parceiros da enfermagem do Espírito Santo pela melhoria da qualidade de vida e da qualidade do trabalho dos profissionais de enfermagem aqui do estado. Estamos juntos e firmes nessa caminhada.

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