Irregularidades em hospital de Aracaju desencadeiam ação civil pública

Há possibilidade de interdição ética de enfermagem pelo Coren-SE

05.07.2016

Presidente do Coren-SE conversa com profissionais

Um plantão com apenas 50% do quantitativo de profissionais enfermeiros e muitas pessoas sem atendimento adequado. A presidente do Conselho Regional de Enfermagem de Sergipe, Maria Cláudia Tavares, confirmou esta denúncia na noite do último domingo, dia 3/7, com ausência de profissionais de enfermagem na unidade de saúde Hospital Fernando Franco, Zona Sul de Aracaju, capital de Sergipe.

Os profissionais pediram socorro e a presidente não encontrou outra forma de resguardá-los, senão através de um Boletim de Ocorrência (BO), registrado na Delegacia Plantonista da Zona Sul, às 23h, a fim de ratificar que a saúde está se tornando um caso de polícia.

Os profissionais da enfermagem mostraram diversas irregularidades na unidade já conhecidas pela gestão administrativa, porém, muito pouco se fez para mudar o quadro. Um dos fatores críticos é a ausência de segurança para pacientes e profissionais, onde até arma branca foi encontrada no banheiro da unidade, na última sexta feira, segundo relatos dos profissionais.

Irregularidades nas instalações são apontadas

Outros pontos caóticos são a falta de medicação, a exemplo do Clexane (usado para evitar trombose em pacientes acamados) e do Clopidrogrel, (usado em casos de infarto, no tratamento e como forma preventiva). Também não há acomodação para acompanhantes na ala pediátrica e para os próprios profissionais; o monitor cardíaco infantil tem defeito; a sala de isolamento é inadequada (sem banheiro e sem pia); e os pacientes estão impossibilitados de serem transferidos para outras unidades, já que não há profissionais suficientes para executar tal tarefa.

Essa situação desencadeará uma ação civil pública, que será impetrada pelo Conselho Regional de Enfermagem de Sergipe. Não está descartada a possibilidade de uma interdição ética de Enfermagem.

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