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Saúde Mental é uma construção coletiva, destaca Enfermagem Latinoamericana

Entrada da Banda CAPS levantou a plateia do 8º Encontro Latinoamericano de Saúde Mental. Vínculos sociais, renda, educação e saúde são cruciais na abordagem do sofrimento psíquico

09.09.2025

Mesa de abertura do 8º Encontro Latinoamericano de Saúde Mental

Não há Saúde Mental onde a Saúde, em geral, está ausente. Com a premissa do cuidado em liberdade, associado aos direitos sociais, enfermeiros da América Latina realizaram, nesta terça-feira, 9/9, o 8º Encontro Latinoamericano de Saúde Mental. A mesa de abertura contou com a presença de Angel Diáz (Argentina), Mariana Pomar (Argentina), Carlota Quitana (Colômbia) e dos brasileiros Josias Ribeiro (Cofen) e Carolina Silva (Coren-BA). A enfermeira Dorisdaia Humerez, idealizadora do Enfermagem Solidária e do Encontro Latinoamericano, recebeu uma salva de palmas.

“É um encontro profundamente humano, político e social. Falar da Reforma Psiquiátrica é falar de vida, de liberdade, de cuidado, de luta e resistência”, destacou a palestrante Ana Pitta, doutora em Medicina Social, psiquiatra e uma das lideranças da Luta Antimanicomial que culminou na Lei da Reforma Psiquiátrica, 2001.

Banda CAPS

A entrada da Banda CAPS levantou a plateia com sua percussão autoral, combinada a clássicos do Olodum, Ilê Ayê e Raul Seixas. A banda, formada por profissionais e usuários do CAPSad Pernambués, animou o encontro, movimentando os corpos e as reflexões sobre a importância da geração de renda e dos vínculos sociais. “Ganhamos um edital de geração de renda”, comemorou a enfermeira Ana Carolina, profissional do CAPS e vocalista da banda, que se apresenta em todo Brasil.

O Brasil conta hoje com 3019 Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) e 952 serviços residenciais terapêuticos, que colaboram na reinserção e independência de pacientes com transtornos mentais graves. O cuidado em Saúde Mental não se restringe aos serviços especializados, mas deve em todos os níveis de atenção, sobretudo nos territórios, na Atenção Primária à Saúde (APS).

Crises psiquiátricas não são caso de polícia

As mortes de pacientes psiquiátricos em crise preocupam especialistas. “É preciso capacitar as equipes de Saúde para lidar com transtornos psiquiátricos, inclusive em situações de crise”, afirmou o enfermeiro Anderson Funai, coordenador do encontro. Colaborador do Cofen e professor da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), Funai critica a carga horária reduzida dedicada à Saúde Mental nos cursos de Enfermagem.

O despreparo das equipes de Saúde e estigmatização social podem resultar em tragédias. “Saúde Mental não é caso de polícia. Se você tem uma emergência cardíaca, chama o SAMU-192. Diante de uma emergência psiquiátrica, vai chamar a polícia?’, questiona.

Enfermagem solidária

O 8º Encontro Latinoamericano de Enfermagem e Saúde Mental discutiu, ainda, o acompanhamento a pessoas em situação de rua, terapias integrativas e a tecnologia digital no cuidado à Saúde Mental.

Criado durante a pandemia de covid-19 pelo Cofen, com apoio de especialistas voluntários, o Enfermagem Solidária oferece escuta ativa e apoio aos profissionais em sofrimento psíquico.

Atualmente o atendimento está disponível de 8h às 20h na plataforma CofenPlay, o programa está oferecendo atendimento presencial durante do 27º Congresso Brasileiro dos Conselhos de Enfermagem, que acontece de segunda a quinta (8 a 11/9), em Salvador.

De olho nas Resoluções

A atuação de equipe de Enfermagem em Saúde Mental e Enfermagem Psiquiátrica é normatizada pela Resolução 678/2021. A contenção mecânica de pacientes somente pode ser utilizada quando for o único meio disponível para prevenir dano imediato ou iminente ao paciente ou aos demais, conforme a Resolução 746/2024.

Fonte: Ascom/Cofen - Clara Fagundes

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